quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Matéria do site "Circo Voador" sobre Diego Moraes



Noite Soul no Circo
DIEGO MORAES
Lançando CD "Meus Ídolos"
PAULA LIMA

Lançando CD/DVD "Sambachic"




Serviço:
SÁBADO
, dia 16 de Outubro 2010
Abertura dos portões: 22h

www.INGRESSO.com.br
R$ 25 Estudante / R$ 50 Inteiro
Classificação: 18 anos (12 a 17 anos somente acompanhados dos pais).

Diego Moraes
Meus Ídolos
Há algumas coisas que o distinto leitor talvez saiba sobre Diego Moraes. Por exemplo: Que ele é cantor, que nasceu há 25 anos em Santa Bárbara d'Oeste, interior de São Paulo. Que ele foi finalista (pra muita gente, o grande favorito) da edição de 2009 do Ídolos, programa de TV criado para revelar novos talentos da música brasileira. Se por acaso o leitor tiver acompanhado a escalada de Diego no Ídolos, deve lembrar ainda da sua cabeleira black, do sorriso cativante, do jeito abusado e da ágil expressão corporal que, junto com a voz, ajudaram-no a se destacar no meio de mais de 37 mil candidatos.

Mas ainda tem pelo menos umas três coisas que se há que saber sobre Diego Moraes – coisinhas que hão de elucidar o mistério por trás do artista que ora se revela por completo no CD e DVD Meus Ídolos, a sua estreia fonográfica e porta de entrada na briga de cachorros grandes da MPB.

Primeira: Diego começou a cantar aos seis anos de idade, na igreja. Aos 15, desafiava o Juizado de Menores para poder se apresentar à noite nos bares. Estudou com afinco violão e piano. Segunda coisinha: a primeira música que ele cantou na vida foi “Pense em Mim”, de Leandro e Leonardo, por influência do pai, um fissurado em música sertaneja. Mas aí veio a mãe, cantarolando sucessos de Elis Regina, Gal Costa e Maria Bethânia enquanto lavava roupa no tanque, e abriu para ele a estrada ampla da MPB. Logo, Diego chegaria ao soul de Ray Charles e ao jazz de Ella Fitzgerald e Billie Holiday, para desembocar na modernidade sofisticada de Jamie Cullum e Amy Winehouse. Terceira – e mais importante – coisinha: o cantor nunca foi chegado a um cover. No Ídolos, ele sempre elaborou, junto com a banda, os arranjos das músicas que iria cantar. E mais: guardava, secretamente, as suas próprias composições para a hora certa.

E a hora certa chegou. Quem curtia Diego na TV há de se esbaldar com Meus Ídolos. Lá estão, num show intimista, gravado em março no estúdio Na Cena, em São Paulo, boa parte das canções com que ele conquistou o júri e o público do programa, junto com algumas surpresinhas. Já para quem nunca o tinha visto… bom, é melhor preparar-se para GRANDES surpresas.

Para o cantor, não existe essa de luxo e lixo – o que ele pensa sobra a MPB de certa forma se afina com o que ele canta na música de abertura, “Punk da Periferia”, de Gilberto Gil. O rock em que o compositor elocubrava sobre a fascinação exercida pelo grito antimusical dos punks se reveste de sinuosidades da interpretação de Diego com a banda do show. Que, por sinal, é a mesma banda do Ídolos: Beto Paciello (arranjos, piano, direção musical e co-produção do CD e DVD), Conrado Goys (guitarra e violão), Claudio Rocha (baixo), Maguinho Alcântara (bateria) e Marcio Forte (percussão). Com eles, o cantor envereda com segurança no show por outro controvertido clássico da música popular brasileira, “Garçom”, de Reginaldo Rossi. Acima do bem e do brega, a canção ganha a pungência dos melhores blues e boleros – não por acaso, essa foi uma de seus interpretações mais elogiadas no programa.

Na hora de se medir com aquela que confessa ser a sua “mentora”, Elis Regina, Diego não se acanha. E ataca, sem dó, em Meus Ídolos dois standards na voz da Pimentinha: “Atrás da Porta” (de Chico e Francis Hime, aqui só com o acompanhamento de piano de Beto Pacciello) e “Alô, Alô, Marciano” (deRita Lee). Rita, aliás, volta com languidez nas interpretações jazzy que o cantor faz da provocativa “Pagu” (parceria com Zélia Duncan) e de “Ando Meio Desligado”, que é como se os Mutantes dos velhos tempos encontrassem o Steely Dan.

Diego não tem medo mesmo de comparações. Tanto que ainda se mete a recriar outras músicas marcadas por interpretações monumentais, de ídolos como Bethânia (“Explode Coração”, de Gonzaguinha), Gal [“Lanterna dos Afogados”, de Herbet Vianna] e Beth Carvalho (“As Rosas Não Falam”, de Cartola). Missão cumprida, o cantor fica então à vontade para brincar de blues com o “Negro Gato” (de Getúlio Côrtes, hit de Roberto Carlos), de afrossamba com o “Canto de Ossanha” (de Baden Powell Vinicius de Moraes), de Chico Buarque com o “Partido Alto” (num dueto com a jurada e hoje amiga Paula Lima) e de jazz com “Como Uma Onda” (de Lulu Santos e Nelson Motta). Mas se é para de fato mostrar o que sabe, nada melhor que uma outra de Herbert: “Meu Erro”, sucesso dos Paralamas, que Diego recria, só, ao piano. E aí, vai encarar?

Mas o caminho até Meus Ídolos não foi fácil para o cantor, é bom sempre lembrar. Não muito tempo atrás, em Piracicaba, Diego trabalhava de dia numa ótica e ia cantar no bar à noite – sobravam pouco menos de quatro horas para dormir. Mais tarde, em Campinas, ele se revezava em duas bandas, a popVibe Jam e a Soul na Goela, e ainda assim ganhava apenas o suficiente para dividir um quitinete com uma amiga. Nesses tempos difíceis (mas inesquecíveis), ele compôs uma das musicas do DVD, o fox “Muderno”, uma de suas inúmeras canções confessionais, que fala com muita ironia das pessoas que (como ele próprio, então) “só trabalham para viver na balada”.

Outras janelas para a intimidade musical de Diego Moraes são “Uma Canção Só (Pra Você)”, de Nando Freitas, que ele divide com a doce voz da amiga Taïs Reganelli, e “Lembrei” (de Baia e Gabriel Moura), que ele pegou do repertório do grupo carioca 4 Cabeça. E assim o repertório de Meus Ídolosse fecha com a cereja do bolo: “Talismã Sem Par”,  composição de Jorge Vercillo. Uma daquelas pérolas românticas para FM que só Vercillo saberia fazer – e que Diego não desperdiça, interpretando na medida certa.

Hoje, é engraçado pensar que o cantor quase não participou do programa que o revelou. Em 2008, uma amiga o inscreveu, sem ele saber. Foram 20 horas na fila para os testes, ao relento, num frio de rachar. Como era de se esperar, Diego acabou pegando uma gripe daquelas – e não passou na seleção. Por pura birra, ele mesmo se inscreveu em 2009. “Sabia que poderia ter ido além naquele ano”, diz. Com essa determinação, Diego chegou à grande final do Ídolos, em 16 de dezembro do ano passado, no Teatro Bourbon, em São Paulo. Saiu de lá com uma certeza intacta: “Pra mim, o que importa não é a fama, é o reconhecimento”. Hoje, com admiradores e amigos como Diogo Nogueira,Paula LimaPreta Gil e Maria Gadú, e o cartão de visitas de Meus Ídolos, tudo é possível paraDiego Moraes – inclusive, os ídolos virarem fãs.


Acompanhe também a biografia de Paula Lima clicando AQUI

2 comentários:

  1. Amei o post. Muito bom! Eu tenho o dvd e vi Diego em "ìdolos", então ler isso tudo para mim foi fazer uma verdadeira retrospectiva. Sim, ando ligado no youtube e tenho achado diego cantando com Maria Gadu "Baba Baby", bem como cantando com o ex-integrante da RDB a música de Lulu Santos. Diego arrasa e eu sou muito fã dele.
    Obrigado por essa partilha de conhecimentos e de vida.

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  2. Diego é a prova viva de que nem sempre o vencedor sai ganhando, não é? O talento desse carinha é indiscutível! Torci muuito por ele mas, não deu... Em compensação, agora tenho o maravilhoso CD dele, adoro todas as músicas,e o outro... aquele que ganhou o Ídolos... como é mesmo o nome dele?? Não lembro!!
    Vou tentar ir no Circo para ver o Diego cantar! Arrasa, garoto!
    Valeu pelo post: muito bom mesmo!

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