domingo, 20 de junho de 2010

"Diego Moraes lança primeiro trabalho no Rio de Janeiro"


"Das feridas
Que a pobreza cria
Sou o pus
Sou o que de resto
Restaria aos urubus
Pus por isso mesmo
Este blusão carniça
Fiz no rosto
Este make-up pó caliça
Quis trazer assim
Nossa desgraça à luz...

(Punk da Periferia - Gilberto Gil)


Ora, ora... quem diria!? Nesses tempos mornos de música e arte, sobrevivendo de revisitações e composições discretas, alguém chega pra dar-nos voz, comunicar algo (contrastando as tautologias), e ser filho de uma época, fazendo crítica social e transmitindo sonoridade. Garoto inteligente. Cabeça. 

Diego Moraes começa sua turnê Brasil a partir daqui, do Rio de Janeiro. Terra boa. Talvez a Lapa fosse o melhor palco pra isso, no entanto o Teatro Rival soube recebê-lo direitinho, como quem cuida de um filho ainda criança. O Circo Voador o terá logo logo. Canecão então...

Se sou amigo do Diego? Não, não. Como você. O conheci pelo "Ídolos". Que, aliás, abrindo um parêntese, apesar dos pesares é hoje para nós aquilo que foram os festivais de música brasileira que pariram Elis Regina, Clara Nunes, Chico Buarque, Caetano Veloso... 

Diego é foda! Eu acho. Estilo Jazz/Soul, bebeu muito daqui e dali. É incrível. Me surpreendo: Cartola, Herbert Vianna, Raul, Renato, Marisa Monte, Cazuza, Rita Lee, Elis Regina, Gonzaguinha... ganhou música de Jorge Vercilo e lançou uma, ele mesmo, "Muderno". 

A cultura brasileira agradece.

Generoso no palco, nos apresentou Taís Reganelli, "flauta humana", como ele a batizou. Notou Dani Moraes na primeira fila e agradeceu Calainho, como representante do reality show. Irmãs que vieram de Piracicaba, empresário da gravadora, profissionais dos bastidores... nunca vi uma apresentação de músicos tão original, com direito a scat na vez do pianista.

Alguém aí já pôs algo do primeiro dia no youtube (sexta, 18/06).





 
Fala sério! Diego é desses que, pela interpretação cênica, tem de ser visto todas as vezes. Quem viu uma ou duas, nada viu. Ele não canta da mesma forma duaz vezes. É um belo vir a ser. Como é bom ser contemporâneo disso. Boa sorte, rapaz."

Fonte: maxsuel-siqueira.blogspot.com

Um comentário: